Linux, Open-source, Programação e Produtividade

Onde produzir encontra viver com simplicidade.

fabs em 16/07/2009

Já não dá mais para chamar de nova a idéia de que o atual avanço tecnológico tornou mais fácil produzir todo tipo de conteúdo. A literatura está farta de títulos que desmantelam o assunto, tanto densos como o famoso Wealth of Networks de Yochai Benkler (Riqueza das Redes em português) até os mais “mastigados” como em Wikonomics de Don Tapscot, tentam explicar como temos avançado na produção de cultura, principalmente de maneira colaborativa e distribuída.

Entretanto, ainda que essa colaboração, a internet e principalmente o moderno computador pessoal estejam ai, a cultura dominante ainda não é a de produção, mas sim a de consumo. Foi em uma conversa que tive hoje a noite com Lucas Porto (um grande amigo), que acabamos por encontrar uma curiosa relação entre um outro conjunto de idéias que ao nosso ver pode contribuir para incentivar a produção, é a corrente do Viver Bem com Pouco.

A discussão desse assunto é bem extensa, ao contrário de elaborá-la, decidi reunir um pequeno conjunto de trocas e mudanças que apliquei a minha vida no último ano, e que acabam por resolver curiosamente ambos os problemas.

Noite da Culinária X Sair para Jantar

Reunir os amigos para sair é sempre um problema, primeiro tem todo uma logística para botar todo mundo no mesmo bar/restaurante e depois tem sempre o problema do preço. Todos somos universitários e para nós os restaurantes aqui em São Paulo costumam oferecer contas generosas. Foi pensando nisso, e também na diversão de aprender a cozinhar, que em setembro do ano passado comecei a receber amigos em casa para as Noites da Culinária. Ainda não chegamos no nível de criar nossas próprias receitas, mas sempre temos alguma oportunidade de inovar, trocar alguns ingredientes e testar o resultado (as vezes desastroso).

Caderno de Notas X PDA

Durante muito tempo eu tive um Motorola Q, um daqueles smartphones com acesso a internet em toda a cidade. O objetivo do dispositivo era me manter ligado na web, bem como servir de caderno de notas. A verdade é que acabei enjoando dele e decidindo arranjar algo mais novo como um famoso Iphone (consumismo exacerbado). Foi quando ganhei de um amigo um caderno de notas (um Moleskine :-) que acabei descobrindo ter páginas especiais para desenho. Resultado, meu celular + notebook continuam sendo mais do que suficientes para me manter cuidando dos meus afazeres (conectado), e ao invés de um complexo dispositivo para manter anotações e que me faria apenas consumir conteúdo, tenho agora um elegante caderno que até mesmo uso para desenhar . O mais legal, descobri que adoro fazer isso e o tempo que gastava lendo emails no meu PDA a cada 5 minutos, gasto agora a rabiscar fachadas de prédios e objetos quadrados (quem sabe um dia chego nas esferas).

Jogar RPG X Ir ao Cinema, Teatro ou ler um Livro

Sempre fui jogador de Role Playing Games (RPG) , desde os 9 anos. Nunca dispensei nenhum bom livro, tão pouco uma mostra de cinema ou uma peça de teatro. Só que nesses lugares sempre consumo, assim como quando ouço música e nunca produzo nenhum conteúdo novo. Na mesa de rpg, entretanto, eu e amigos criamos histórias, personagens e até mesmo já passamos meses criando mundos. Essa atividade já produziu muitas coisas bacanas, amadoras, e nenhuma publicada. Mas idéias como as de editar um livro com nossas melhores aventuras, ou até mesmo investir em jogos online baseados no enredo de mundos que criamos tem começado a ser colocadas em prática.

Se você já fez alguma troca como essa, conte para nós nos comentários. Pessoalmente, estou tentando chegar em um conjunto mínimo de objetos pessoais (até porque estou indo morar na França, e não quero levar muita tralha). Não estou nem um pouco interessado em chegar nas 100 things do desafio de David, e na verdade estou muito mais procurando “interfaces” como o papel e o lápis que não só me permitam consumir, mas também produzir. Mas qualquer sugestão é bem vinda.

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