FISL 9.0: XO/OLPC - Ele é verde, bonitinho e roda Fedora
Cecilia Fernandes em 27/04/2008Numa palestra simples e também sem muitas novidades, o palestrante Rodrigo Padula de Oliveira falou um pouco sobre o que é o XO, os objetivos do projeto, seu hardware e afins. Vale lembrar aqui a parte de fontes de energia alternativas conseguidas para que o XO chegasse a comunidades afastadas:
- fonte de energia comum
- energia solar
- dínamo movido a vacas
- gerador manual (mesmo princípio da centrífuga de saladas)
A estrela desse quadro foi o palestrante júnior, de apenas 12 anos, que falou um pouco sobre sua experiência com o XO enfatizando o quão amigável e útil ele pode ser para crianças, ainda que elas não saibam ler, já que a interface é absolutamente simples e intuitiva. Não que ele seja um caso padrão: Rodrigo mexe em computadores desde os 9 anos, sempre com Linux, e arrancou aplausos da platéia do FISL ao dizer que nunca mexeu em um Windows.
Habilidades hackers à parte, Rodrigo fala com clareza e propriedade sobre sua experiência com o XO e seu feeling com relação a outras crianças que possivelmente usarão os laptops em breve.
O palestrante também contou que tem, como projeto pessoal, a criação de um sistema de cadastrar tarefas para crianças – no estilo de um Moodle infantil, pelo que eu entendi. Também, a criação de add-ons para o browser do XO de modo a permitir compartilhamento de links interessantes de um determinado assunto.
Creio que a parte mais interessante da palestra tenha sido, no entanto, a discussão com professores de colégios presentes sobre o método de avaliação atual das escolas não serem adequáveis ao uso extensivo dos laptops infantis.
A questão levantada foi como mudar a mentalidade brasileira de que a prova é a melhor maneira para avaliar aprendizado quando pode-se adotar um paradigma mais colaborativo, onde uma pessoa ajuda a outra a aprender. E, na verdade, uma das reclamações foi de que o Ministério da Educação por um lado não incentiva em nada o aprendizado colaborativo, apesar da vontade de alguns professores, e, por outro, quer aplicar o projeto dos OLPCs no Brasil – parece ou não que alguém está ganhando com isso e não são as crianças.
Antes de investir num projeto desse nível e custo, deveríamos mudar a proposta de ensino para algo que possa ser adequado à ferramenta que o XO é. Não adianta comprar tecnologia de última geração se o modo de pensar ainda é aquele antigo e quadrado.