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Por que (não) fazer faculdade de computação

Jonas Abreu em 27/02/2009

Uma coisa que me incomoda desde o fim do ensino médio é a faculdade. Tem piorado bastante conforme eu vejo que ela não acrescenta muito a minha vida.
Tenho certeza que tem muita gente pensando “Poxa, será que devo me matar de estudar para fazer uma faculdade? Ou devo tentar investir em mim e me preparar para o mercado?”.

O que eu acho? Que nenhum desses dois é o caminho.

Primeiro deve vir o amor ao que você faz. Não vai adiantar muito você ter uma faculdade em algo que você não gosta (vai ser um inferno aturar professores por 4 ou 5 anos) e não gostar do seu trabalho pode ser pior ainda (imagina aguentar um chefe azedo que também não gosta do trabalho).

Por isso acho que a primeira coisa que deve ser feita é encontrar o que você gosta de fazer, independente do que seja. O dinheiro (e fama e etc) é uma consequência natural de um trabalho bem feito, de alguém que está disposto a trocar horas de lazer e ócio por aperfeiçoamento.

Mas esse aperfeiçoamento, devo fazer para o mercado? Para a faculdade? De jeito nenhum. No fim, o que realmente é necessário é um bom equilibrio entre o conhecimento acadêmico e do mercado. Basta olhar a sua volta. No meu caso, conheço diversos professores universitários (vale lembrar que estudo na USP, que não deveria ser qualquer coisa) que não são capazes de escrever um sistema que fique no ar. Da mesma forma, conheço pessoas do mercado de trabalho que não são capazes de escolher uma estrutura de dados ou algorítmo que facilite o problema dele.

Você tem que estudar ambos os caminhos. Conhecer o que é realmente importante no mundo acadêmico (não precisa resolver um problema NP-completo em tempo polinomial) e conhecer muito bem a dinâmica do mercado de trabalho, novas tecnologias. E estar sempre estudando, porque nenhum desses dois mundos para. Se você parar, fica pra trás em ambos.

Mas ainda não respondi sobre fazer ou não uma faculdade. Quer isso seja bom ou não, o mundo olha pra você diferente se você faz uma faculdade. É idiota mas é verdade. Conheço profissionais que não terminaram a faculdade e são meus exemplos de profissional. São pessoas que sempre que posso, quero estar trabalhando junto. Também não posso esquecer que meu primeiro contato com a Caelum foi atravéz da USP. Então, por mais que desgoste da faculdade, tenho que reconhecer que ela me trouxe coisas boas (sem contar que a base teórica que recebi nos primeiros 3 semestres me ajudam muito até hoje. Depois disso boa parte pode ser jogada no lixo)

Como tudo em computação, você vai ter que pesar as vantagens e desvantagens e decidir se vale a pena fazer ou não. Mas mantenha sempre em mente que por qualquer dos caminhos da pra ir bem longe, basta que você complemente por você mesmo o que falta em um deles.

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